quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Vida - Parte 1

"Escrevi este livro na convicção de que nossa existência já foi o maior de todos os mistérios, mas deixou de sê-lo. Darwin e Wallace o desvendaram, embora durante algum tempo ainda devamos continuar a acrescentar notas de rodapé à sua solução. Escrevi este livro porque me surpreendi com o número de pessoas que não só pareciam desconhecer a bela e elegante solução para o mais profundo dos problemas como também, incrivelmente, em muitos casos nem sequer estavam cientes de que havia um problema a ser solucionado!" (Richard Dawkins, O Relojoeiro Cego, Prefácio)

Concordo realmente com esse pequeno trecho deste livro, escrito por Dawkins, um biólogo inglês, muito famoso atualmente graças aos seus livros referentes ao ateísmo.Ainda hoje, é constante entre a avassaladora maioria das pessoas o sentimento de mistério, de desconhecimento, perante a vida, tanto humana, quanto do mais simples ser vivo.Porque esse mistério ainda existe? Porque essa quase necessidade de que a vida esteja envolta por mistérios indecifráveis, longe do nosso alcance? A ciência já explicou grande parte desse mistério, e continua explicando até hoje.Minha visão, a grosso modo, da vida, é bastante simples.

Primeiramente, defino como 'ser vivo' qualquer estrutura que apresente um código genético, ou seja, que esteja apta a passar adiante estas informações e gerar um novo ser, igual ou ligeiramente diferente.Defino, então, 'vida', como o estado em que este ser vivo se encontra quando apresenta um metabolismo característico.A característica mais fundamental entre os seres que apresentam vida, acredito, seja a necessidade de alimentação, ou seja, conversão de energia para manter suas funções.Desconheço algum ser que seja, pela Biologia, classificado como vivo, que não apresente a necessidade de conversão de energia para manter suas funções.Não sou biólogo, portanto, esta minha visão pode ser completamente falha, mas também pode não ser.Enquanto desconhecer alguma estrutura considerada viva pelos estudiosos, que não se enquadrem nessas características, minha visão continua válida para análise.

Definido suas propriedades, podemos discorrer sobre a vida em si, esse estado apresentado pelos seres vivos.Os humanos são demasiadamente complexos para serem objeto de minha análise, então posso optar por algo mais simples, um pequeno inseto, por exemplo.Antes, devo adiantar que catalogo estas estruturas em camadas, partindo das mais simples, na base da pirâmide, como bactérias, até a mais complexa conhecida, nós, no topo.Isto não é uma pirâmide de importância, e sim de complexidade.Um pequeno inseto poderia se encontrar no meio dessa pirâmide.Como minha área de estudo é a Computação, minhas analogias serão todas envolvendo estruturas digitais.
Um pequeno inseto, como um computador, apresenta dispositivos de Entrada e Saída (E/S), memória e um processador central.Estes dispositivos de E/S são os sentidos (Entrada) e as reações (Saída).Os sentidos são as vias de entrada para as informações do mundo que nos cerca.Ondas eletromagnéticas são captadas por nossos olhos, enviadas pelo nosso nervo ótico ao encéfalo.Ondas mecânicas capturadas por nossos ouvidos, ressoando nos tímpanos, cujas vibrações são enviadas transformadas em pulsos elétricos também enviados ao encéfalo.Moléculas convertidas em pulsos enviadas para nosso encéfalo como informações referentes a odores e gostos.O movimento destas como tato.Precisamos de informações para poder analisar o mundo que nos cerca e tomar decisões que nos farão sobreviver.Se não dispuséssemos de paladar e odor, poderíamos comer qualquer porcaria estragada, e morreríamos.Por esse motivo, coisas boas cheiram bem, coisas ruins e danosas cheiram mal.Se não tivéssemos informações visuais, seríamos alvo de predadores.Se não tivéssemos informações como temperatura, poderíamos dormir em cima de uma chapa de ferro quente e ficar incinerados em alguns minutos.Todas estas informações que entram pelos nossos canais de entrada são importantes, são necessárias para nossa sobrevivência como espécie.Uma vez captadas as informações, é necessário que sejam processadas, afinal, de nada adianta ter uma informação se não é possível processá-la para gerar uma resposta.Mas esta análise fica para a próxima postagem.

Um comentário:

Thiago disse...

a história tá ficando interessante...

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